sexta-feira, 22 de abril de 2011

FIQUE ATENTO E SAIBA MAIS SOBRE ZUMBIDO NO OUVIDO !!

Imagine ouvir diariamente um barulho semelhante ao canto de uma cigarra ou a um copo cheio de comprimidos efervecentes. Aproximadamente 3 milhões de brasileiros sofrem com essa sensação sem descobrir as causas do problema. Não é para menos. Afinal, o zumbido, como é chamado pelos especialistas, pode ser provocado por várias doenças. "Trata-se de um sintoma sério de que algo está errado", lembra o otorrinolaringologista Onivaldo Cervantes, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo ele, o zumbido pode ser o primeiro sinal de perda auditiva, labirintite, doenças reumáticas e hipertensão. A maior dificuldade para o paciente é descobrir exatamente qual dessas doenças está provocando o incômodo. "Realizamos o diagnóstico por exclusão, por isso é importante procurar o médico no início do problema", diz Cervantes.
O ruído constante também pode esconder a disfunção têmporo-mandibular (DTM), provocada nos músculos e nervos das regiões da face, ouvido e coluna. Os sintomas incluem dor de cabeça e tontura. "Muitas pessoas sofrem anos com o zumbido sem descobrir que a causa está na musculatura da face", diz a cirurgiã-dentista Narcisa Zeferino Pavan, especialista em dor orofacial.
Além de descobrir a causa do problema, quem convive com o zumbido tem mais um desafio: controlar o estresse. Segundo Narcisa, pessoas muito preocupadas e perfeccionistas tendem a sofrer mais com o problema. "O pior é que o estresse causado pelo ruído também agrava o barulho irritante", explica Narcisa.
A dona de casa Maria Helena de Carvalho Arnone, de 51 anos, descreve como insuportável o zumbido que a acompanha há três anos. Tudo começou com um ruído forte no ouvido esquerdo, seguido de tontura e vômito. "Fui parar direto no hospital. Achei que ia morrer", afirma. O diagnóstico veio alguns dias depois: labirintite.
Desde então, Maria Helena iniciou o tratamento com medicamentos, que ela toma diariamente. "Consegui controlar o zumbido e os episódios de tontura ficaram mais fracos, mas algumas vezes ainda ouço o chiado", explica. "Nessas horas, fico bem quieta e espero passar. São apenas alguns segundos, mas parece uma eternidade", conta.
Quanto mais forte e constante o zumbido, mais difícil também é controlar o estresse provocado por essa sensação. Algumas pessoas, por exemplo, ouvem o barulho semelhante a insetos ou a uma cachoeira 24 horas do dia. Para esses pacientes quanto maior o silêncio, pior o ruído. "Esses pacientes chegam a ligar um rádio baixinho para desviar o ruído para outro som", diz Cervantes. "É uma saída inicial porque diagnosticar a doença é importante, mas sabemos que o zumbido não tem cura, apenas controle", completa o especialista.
Grau de ruído determina gravidade

A sensação provocada pelo zumbido também depende da pessoa. Atualmente, fala-se em seis estágios para identificar o quanto o barulho pode estar incomodando o paciente. Isso ajuda também a identificar a gravidade do problema. A escala vai de 0 a 5, demonstrando situações que vão de quando o ruído não é percebido até no momento em que é freqüentemente irritante e até insuportável. Nesses casos, o barulho provoca uma sensação de angústia no paciente, piora o estresse, o que fatalmente vai aumentar o zumbido.
Segundo o otorrinolaringologista Onivaldo Cervantes, da Unifesp, o zumbido no ouvido é mais comum em pessoas acima dos 40 anos. "Isso porque nessa fase da vida começam a aparecer as doenças causadoras do problema", explica. Pessoas que trabalham em ambientes barulhentos também podem sofrer com os ruídos constantes por conta do processo de perda auditiva.
Para a especialista em dor orofacial Narcisa Zeferino Pavan, quando o zumbido acontece em crianças pode ser um forte sinal de disfunção têmporo-mandibular (DTM). A dificuldade no diagnóstico também indica o problema. "Nos pacientes que sofrem com o zumbido e não descobrem a causa ou não se adaptam ao tratamento pelo menos 48% têm DTM", completa
Tratamento inclui vasodilatores

O tratamento para controlaro zumbido no ouvido depende principalmente do diagnóstico da doença causadora desse sintoma. Até agora, não se sabe quais estruturas do ouvido provocam o ruído, mas os especialistas já trabalham com terapias de controle do zumbido.
A aplicação de corticóides diretamente no tímpano dos pacientes vem sendo utilizada pelos otorrinolaringologistas para diminuir o zumbido sem causa definida. Os especialistas também usam a aplicação de substâncias vasodilatoras, que aumentam a irrigação sangüínea na região, melhorando o zumbido em alguns pacientes.
Quando o problema detectado é a disfunção têmporo-mandibular, o ideal é procurar um especialista em dor orofacial. Nesse caso, o tratamento inclui fonoaudiologia para readequar os músculos da região facial e também fisioterapia. Segundo a cirurgiã-dentista Narcisa Zeferino Pavan, raramente são usados medicamentos para resolver o zumbido provocado pela disfunção têmporo-mandibular.

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